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JULHO AMARELO: MÊS DE COMBATE ÀS HEPATITES VIRAIS

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), anualmente cerca de 1,4 milhão de pessoas são infectadas pelo vírus da hepatite A. Além disso, 57% dos casos de cirrose hepática e 78% dos casos de câncer no fígado têm relação com os vírus do tipo B e C.

A hepatite é a inflamação do fígado que pode ser causada por vírus e/ou pelo uso de alguns remédios, álcool e drogas. Existem também fatores genéticos, metabólicos ou autoimunes, que resultam no diagnóstico da hepatite. Em alguns casos, são doenças silenciosas que nem sempre apresentam sintomas ou sinais.

As hepatites virais são classificadas por letras do alfabeto: A, B, C, D (Delta) e E. No Brasil, os tipos de hepatites mais comuns são A, B e C. É importante ressaltar que muitas pessoas são portadoras dos vírus B e/ou C e não sabem. Em muitos casos, os vírus não apresentam nenhum sintoma, com isso, a infecção pode evoluir e se tornar crônica, resultando em danos mais graves ao fígado, como cirrose e câncer.

A hepatite E é pouco relatada no País. Assim como a hepatite A, a sua transmissão é oral-fecal e as formas de prevenção são semelhantes. Outro fator que põe em risco a população são as condições precárias de saneamento básico e água, além de higiene pessoal e dos alimentos. As hepatites tipo B, C e D são transmitidas por meio de compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unhas e demais objetos que furam ou cortam.

A transmissão vertical pode ocorrer durante a gestação e o parto – tipo B, C e D. Em relação a amamentação, não é contraindicada na hepatite B, caso seja feito a prevenção, com a profilaxia para o bebê: 1º dose da vacina e imunoglobulina nas primeiras 12 horas de vida, além de completar o calendário de vacina com as demais doses de hepatites B. Já em relação ao tipo C, evitar a amamentação não diminui a taxa de transmissão do vírus. Dessa maneira, a hepatite C não contraindica o aleitamento materno e as mães infectadas devem ser encorajadas a amamentar.

Quais são os sintomas?

A transmissão da hepatite A causa uma infecção aguda, sendo que na maioria das vezes o organismo reage sem a necessidade de algum tratamento específico. É comum sentir febre, náuseas, vômitos, a pele e os olhos ficam amarelados (icterícia) e mal-estar generalizado, além de dores e desconfortos abdominais, falta de apetite, alteração na coloração das fezes e urina.

As Hepatites B e C são doenças crônicas e geralmente não apresentam sintomas na fase inicial. Elas evoluem com o passar do tempo, o que pode causar graves danos ao fígado – evoluindo para cirrose e/ou câncer. Por isso, é importante a realização de exames de sangue de sorologia com testes para as hepatites.

A hepatite C tem cerca de 90% de cura quando o tratamento é seguido corretamente. As hepatites B e D têm tratamento e podem ser controladas, evitando, assim, a evolução para doenças mais graves. O tratamento do tipo A baseia-se em dieta e repouso. Normalmente, o paciente melhora em algumas semanas e adquire imunidade. É importante ressaltar que todas as hepatites virais devem ser acompanhadas por um profissional da área de saúde, pois as infecções podem se agravar.

Prevenir é o melhor remédio

A vacina é uma forma de prevenção contra as hepatites do tipo A e B, no entanto, quem se vacina para o tipo B, protege-se também para a hepatite D. Para a hepatite C ainda não há vacina e o tratamento deve ser indicado pelo médico.

O diagnóstico pode ser feito por testes rápidos que dão o resultado em uma hora e servem para os tipos B e C. Caso a pessoa tenha mais de 40 anos, é recomendável fazer o teste de hepatite, porque corre o risco de ter sido exposto a esse vírus na juventude. Durante o pré-natal, se a gestante for diagnosticada com o tipo B, ela poderá ser tratada ainda durante a gestação.